House of Cards: — 2ª Temporada
Séries ou Seriados?

House of Cards: — 2ª Temporada



(Com Spoilers de toda a segunda temporada)

Quando aprendemos a apreciar o lado sujo da política.

E esse lado sujo atende por Francis Underwood, o presidente dos Estados Unidos, cargo máximo da política mundial que foi obtido por ele sem que recebesse sequer um mísero voto. "A democracia não é lá essas coisas", palavras "sábias" do homem mais poderoso do mundo.

O apreço é pela obstinação de Underwood. Sem entrar em detalhes, e citando a sua carta mentirosa que amoleceu o coração do agora ex-presidente Walker, Francis começou de baixo e veio subindo, subindo, até conseguir seus objetivos, passando por cima de tudo e de todos, usando sua inteligência manipuladora para vencer todos os obstáculos. Apreciamos suas ações, mas abominamos os efeitos colaterais.

A temporada começou com Francis na vice-presidência, mas o cargo não era suficiente. Ele chegou a esse nível passando por cima de adversários políticos na maneira mais sórdida possível, além de destruir a vida de Peter Russo, antes de assassiná-lo com crueldade. Pensávamos que ele não poderia ir além disso, mas estávamos enganados. A première da temporada trouxe a pior face do crápula, em uma das cenas mais impactantes de todos os tempos, de todas as séries.


E isso foi o grande pecado da série. House of Cards destruiu um núcleo importantíssimo, que fez-nos apaixonar pela série: Zoe Barnes. Francis acabou com a vida da repórter, ex-amante, de forma repugnante, que era símbolo da imprensa e que ilustrava muito bem o lado honesto e negro do jornalismo. Esse plot não poderia ter sido desmanchado, ainda mais com a morte de Barnes.

Entendo que a verdade sobre Francis já estava na boca da imprensa e não poderia continuar, mas esse plot poderia ter sido resolvido de outra maneira. O foco era o lado político da série, tudo bem, mas ao matar Zoe - personagem que se tornou um dos principais da série - foi-se embora a parte que deixava a série menos "mecânica", pois o lado era o alívio da tensão imposta na Casa Branca.

Poderiam ter matado Janine ou Lucas, numa espécie de aviso, sei lá. Também traria grande impacto. Talvez Zoe pudesse ter tido o mesmo futuro de Lucas, para que quando acompanharmos a queda de Francis, ela estaria lá para pisar na sua derrota. Uma pena.

Mas a atriz Kate Mara (Zoe) não foi pega de surpresa, sabia desde que foi contratada que morreria em determinado momento da série, pena que a tiraram em pleno auge.


Porque a série traz, em doses menores, outro lado da trama política, o lado pessoal dos envolvidos. Com a morte de Zoe, a prisão de Lucas e a "fuga" de Janine, restou pouca coisa extra-política na série e que não trouxe grandes benefícios. Sobrou Rachel e as investidas do carente Doug; Freddy e seu restaurante que foi do céu ao inferno; e a vida pessoal de Francis e Claire.

Nesse último, a temporada deixou ainda mais claro o casamento que se propuseram. O relacionamento é aberto, ambos têm "liberdades" sexuais, homossexuais e heterossexuais, pois o casal vive uma relação política a todo momento, literalmente. Casos extra-conjugais não só são permitidos como necessários, porém um deles quase denegriu a imagem do casal, mas foi extinto impiedosamente por eles, numa jogada que eliminou da face da série o amante fotógrafo Adam.  

Porém a base foi, mesmo com excesso, direcionado à política, mostrando muito bem os detalhes sórdidos que fizeram de Francis o novo presidente. Ele atropelou Raymond Tusk, Linda Vasquez, Remy Danton e o Presidente Garrett Walker, usando a lei a seu favor, mas claro, fugindo dela a todo instante. Esse núcleo foi construído esplendidamente, sem nada a ressaltar ou acrescentar. Nesse ponto, acompanho os dois socos na mesa presidencial.

Agora que Francis chegou ao cume da montanha, a série deve tratar de seu declínio, aquele que será degustado por todos os telespectadores. Ele subiu passando por cima de tudo, destruindo a vida e assassinando inocentes, agora esperamos que pague por todos os seus pecados, com juros e correção monetária. 


Vi que depois de sua première, a temporada nunca poderia superar a sua temporada de estreia, devido a morte de Zoe e a extinção do núcleo da imprensa. Mas isso não importa, a temporada foi da mesma forma excelente, bem produzida, dirigida e escrita, dizendo aqui o óbvio. O sentimento de ódio por Underwood já está implantado em nossas cabeças, agora esperamos com ansiedade a sua queda, tudo isso e muito mais nas próximas temporadas de House of Cards.    




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